terça-feira, 9 de novembro de 2010

As Mulheres do Vinho

Uma ótima pedida para fechar a noite

Tim-tim!




As Mulheres do Vinho


Por Didú Russo


Os historiadores dão conta de que na Grécia antiga, lá por 1800 AC somente mulheres sacerdotisas podiam vender vinhos, mas se fossem pegas bebendo eram queimadas vivas! Imaginem isso… A trajetória feminina no mundo dos vinhos é repleta de vitórias e daria para escrever um livro.

Tivemos Nicole–Barbe Ponsardin, a famosa Veuve Clicquot Ponsardin, la Grande Dame , inventora do método de remuage e retirada de resíduos do Champanhe, o que tornou a bebida límpida, livre de resíduos, processo posteriormente imitado por todos os produtores e até hoje utilizado na produção do Champanhe.

O vinho do Porto não conseguiria contar sua história sem mencionar Antonia Adelaide Ferreira, a Dona Ferreirinha, que viuvou duas vezes, nunca se abateu e sempre a frente de seus negócios, herdou uma quinta e terminou a vida com 23 ! Mulher firme e de princípios negou a mão de sua filha a um rico e nobre pretendente pois achava que sua filha é quem deveria escolher com quem casar.

Hoje temos Suzana Balbo, a enóloga que fez a fama dos vinhos Catena e agora tem seu próprio vinhedo, produzindo maravilhas ao gosto do mercado. Temos Jancin Robinson, que além de escrever regularmente sobre vinhos para o Financial Times, também assina sua coluna sobre vinhos em mais de onze países em cinco continentes, tem livros publicados e produz programas de TV sobre o assunto.

Temos Mireille Guiliano, presidindo a Veuve Clicquot e autora do best seller “as mulheres francesas não engordam” que celebra o prazer à mesa com elegância e parcimônia.

Temos Donatella Cinelli Colombini produtora do excelente e premiado Brunello “Prime Donne” selecionado por quatro mulheres experts, dentro do que há de melhor em sua azienda, enaltecendo e priorizando a sensibilidade feminina.

Porém uma das mulheres mais inacreditáveis na história do vinho foi Leonor de Ghilhaume, a quem Shakespere chamava de “a velha dama decrépita”. Filha do duque de Aquitânia,

(a Bordeaux de hoje) conseguiu a proeza de se casar com dois reis; Luis VII da França e posteriormente com Henrique II da Inglaterra.

Leonor conseguiu anulação de seu casamento após quinze anos e com duas filhas, sob alegação de que ela e Luis eram primos… A verdadeira razão foi sua paixão por Henrique de Plantageneta, Duque da Normandia, onze anos mais moço que Leonor e que viria a ser o rei Henrique II da Inglaterra com quem se casou e teve oito filhos.

Numa história digna de novela, Leonor que foi presa pelo próprio marido por ter tramado sua queda, que colocou filho contra filho e que mergulhou a França e a Inglaterra numa guerra dinástica, consegue que seu filho Ricardo “Coração de Leão”, a libertasse, lhe restituisse o ducado de Aquitiânia e fizesse de Bordeaux a sede de seu trono na França. Foi Ricardo que construiu o porto de Bordeaux que deu grande impulso ao vinho. Alguns anos depois, com a morte de Ricardo, numa trama que envolveu até o assassinato de um neto seu, Leonor consegue levar ao trono seu filho caçula João e o convence a isentar de impostos o vinho de Bordeaux, deixando o produto de sua terra natal sem concorrência.


Extraído do site: www.didu.com.br

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