sábado, 26 de março de 2011

A triste constatação da realidade




Os padrões de bem e mal, moral e imoral, justo e injusto são definidos por aqueles que sobreviveram aos conflitos, derrotaram seus inimigos e conquistaram poder, dinheiro e domínio sobre as massas e criam métodos de punição para aqueles que se opõe a eles. Nenhuma lei guiou a humanidade até hoje senão a Lei do mais forte. Nos primórdios da história quando os homens se submetiam à força bruta de seus líderes, esta relação era mais clara e óbvia. Hoje se submetem à lei oficial de seus países, que nada mais é do que esta mesma força mascarada.

Tudo isso cai na classificação de ressentimento, e, ressentimento e desaprovação andam de mãos dadas.

"Três vezes amaldiçoados sejam os fracos cuja insegurança os tornam vis". Pessoas invejosas, intriguistas, medrosas e inseguras são os fracos vis dos tempos modernos. Esses tipos podem ser realmente muito vis, mas escondem sua depravação admiravelmente. 

Esta parte, por fim pode nos remeter diretamente à teoria do ressentimento dos vencidos, da moral dos escravos proposta por Friedrich Nietzsche. O modelo em que a hierarquia social nasce de um duelo onde o vencido para se manter vivo aceita ser escravo e reconhece no vencedor o seu senhor; já fora identificado por Hegel. 

Nietzsche contudo extrai deste duelo outras conseqüências. Em dado momento da história, mais especificamente na Palestina durante a destruição do segundo Templo de Salomão, um povo foi mais uma vez vencido por outro, mas desta vez, mais do que em qualquer momento anterior destilou-se o veneno do ressentimento. Tudo aquilo que era associado aos vencedores romanos, o que quer que fosse forte, nobre, altivo, saudável, corajoso, passou a ser denunciado como "mau".  E tudo o que era vil, fraco, vencido, ferido e covarde, começou a aparecer como sendo "bom". Os escravos, não podendo ganhar a batalha, mudam os próprios valores. Séculos mais tarde, esta artimanha acabou por transferir-se e ser institucionalizada aos próprios romanos, curiosamente no seu período de maior decadência.

Perpetuado pelos Romanos, hoje, este mesmo valor é empregado a toda sociedade. Percebe-se esse mesmo comportamento no Macro-espaço (relações internacionais entre países e Geopolítica) quanto no Micro-espaço (relações entre pessoas comuns)


"O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte."
Mahatma Gandhi

Nenhum comentário: